O início não foi fácil e durante alguns anos graças à gentileza de D. Lonka (em memória), mãe do Jorge Lucki, pudemos nos reunir no extinto Z-Deli, em frente ao Parque Trianon, para nossos primeiros cursos e degustações.
Apoiando nosso esforço, uma legião de amigos ajudava a tornar realidade uma quase impossibilidade, que era criar em São Paulo uma associação cujo objetivo era preservar a Cultura e o Serviço do Vinho.
Nossa primeira sede, localizada em Indianópolis, tinha o aluguel pago pelos dez diretores, já que os recursos eram insuficientes para cobrir as despesas operacionais da associação. Mas, logo, nossos primeiros cursos começaram a atrair a atenção de muitas pessoas e a sede da Rua Guatambi ficou pequena para nossas atividades.
Mudamos então para a Faria Lima, e, depois, para as modernas instalações na Vila Olímpia, nossa sede atual, dotada de todos os recursos necessários para ministrarmos a ampla gama de cursos que hoje acontecem na ABS-SP. Com crescimento gradual e seguro, focamos nossa atividade no que consideramos o papel mais relevante de uma entidade como a ABS, que é a Formação de Profissionais. Isso, sem nos descuidarmos de atender aqueles que se iniciam no mundo do vinho e as centenas de enófilos que frequentam nossas degustações regulares.
Mesmo com todas as dificuldades e as naturais resistências a um trabalho pioneiro e, na época em que iniciamos, pouco conhecido no Brasil conseguimos, graças à competência dos inúmeros professores, antigos e atuais, e ao apoio significativo de nossos sócios-jurídicos e enófilos, alcançar amplo reconhecimento de nosso trabalho em prol do vinho.
Nosso segredo é colocar a cultura e o serviço do vinho em primeiro lugar, acima de quaisquer interesses pessoais, agregando aos poucos, novos e competentes colaboradores. Dessa forma, conseguimos montar uma equipe que não altera a trajetória da associação, mesmo com a necessária e permanente renovação de nossos quadros associativo e diretivo.
Somos como um grande vinho de guarda: evoluindo com o tempo, para ganhar mais complexidade e nos tornar cada vez mais maduros, sem perder a jovialidade e o espírito de inovar que sempre nos anima.
Nossa percepção é de que ainda estamos muito longe de nosso apogeu e que ainda temos muito a fazer pela Cultura do Vinho. Que venham mais 25 anos !
Mario Telles Jr.