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Vamos falar sobre: Chás

Vamos falar sobre:
15/Fev
2023
Vamos falar sobre: Chás
Mario Telles Jr.

Antes de falarmos das muitas possibilidades que os chás oferecem em termos de harmonização, é importante definir o que seria CHÁ.

Ao contrário do que se costuma afirmar, só podem ser chamadas de chás as infusões de folhas de Camellia Sinensis submetidas a vários processos. Para todas as demais, deve-se utilizar a denominação de infusão ou tisana, inclusive para o mate.

 

O primeiro passo para usufruir as potencialidades de seu chá é entender que a temperatura, o tempo de infusão e a maceração prévia a que o chá foi submetido determinarão a qualidade final de seu chá.

 

Um chá de saquinho é habitualmente produto de moagem de folhas de qualidade inferior, se comparado aos chás hoje disponíveis e vendidos a granel nas casas especializadas O excesso de tempo de infusão ou a temperatura muito elevada da água utilizada podem resultar em infusões excessivamente tânicas ou amargas.

 

Os chás mais facilmente encontrados, pelo menos no mundo occidental, são as versões totalmente oxidadas que constituem o universo dos chás pretos.

 

Originários da China e trazidos para o Ocidente pelos holandeses, o chá preto encontrou nas antigas colônias britânicas um local fértil para se desenvolver, ganhando enorme importância econômica para a Inglaterra a partir do Século 16.

 

Seu caráter intenso, encorpado, frequentemente maltado, associado a um teor variável de taninos, permite compará-lo, para efeitos de compatibilização, aos diferentes vinhos tintos, havendo, como no mundo dos vinhos, uma gama de possibilidades tão vasta quanto.

 

Assim, os chás Assam, mais encorpados e tânicos, serão boas opções para carnes, reforçados por seus aromas mais terrosos e maltados, enquanto os indianos Darjeeling, mais frutados e elegantes, harmonizam melhor com sobremesas e pratos ricos em legumes e cereais.

 

Chás marcados por aromas defumados, como os Lapsang Souchong, considerado o Rei dos Chás, acompanham bem grelhados e comida condimentada, enquanto os assertivos, terrosos e tânicos Pu-Erh vão bem com alimentos gordurosos.

 

Não poderíamos encerrar nosso passeio pelo universo dos chás sem lembrarmos algumas possibilidades que, embora menos presentes em nosso cotidiano, pelo aumento do consumo e conhecimento do público passaram a ser mais ofertados.

 

Os chás verdes, muito mais consumidos no Oriente, são produzidos com as folhas não oxidadas da Camellia Sinensis, o que tende a reforçar o seu caráter mais herbáceo e terroso, embora com corpo mais leve.

 

Isto os torna bons parceiros para saladas, frutas, aves e frutos do mar, reservando-se algumas versões mais defumadas para alguns itens mais encorpados.

 

Os chás parcialmente oxidados, como os Oolong, vão bem com alimentos mais especiados e queijos.

 

Já os chás brancos, provenientes de folhas precocemente colhidas e também não oxidadas, pela sua extrema delicadeza devem ser bebidos sem comida ou com peixes brancos e frutas, evitando alimentos que possam ocultar seu caráter.

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