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Sushi e Sashimi

Vamos falar sobre:
9/Jun
2023
Sushi e Sashimi

Coluna semanal escrita por Mário Telles Jr.

Embora aparentem simplicidade, as harmonizações com estes pratos clássicos da culinária oriental podem ser um desafio intrincado para quem se interessa pelo assunto.

 

O sashimi, que no Japão é sempre servido sozinho e significa em japonês “corpo perfurado”, em referência ao processo de coleta do peixe, o método “ikejime” que visa uma morte instantânea do peixe através da perfuração de seu cérebro, evitando uma agonia lenta que provocaria o acúmulo de ácido lático, exigindo variados tipos de corte especial (dependendo do peixe, sua idade e estação do ano entre outros fatores), com facas especiais e que só pode ser bem executados por um expert altamente treinado.

 

Por isso é considerado, pelos chefes japoneses, o ponto alto da refeição, devendo ser servido antes dos outros pratos que possam interferir com a percepção de seus delicados sabores e texturas.

 

Ao contrário do que se imagina, embora muito mais raros, podem ser de carne bovina, frango, ovas e vegetais.

 

Para a harmonização, a melhor indicação são espumantes e brancos com mineralidade marcante como alguns Blanc des Blancs de Champagne, Cavas, Sekts alemães ou Chablis, Etnas Bianco sicilianos, Vermentinos di Gallura sardenhos e Vinhos Verdes contemporâneos de maior estrutura, evitando-se os tintos, pela conhecida incompatibilidade de taninos com peixes do mar, que acentua a percepção de uma desagradável metalização.

 

Em relação ao Sushi, é fundamental o entendimento da sua verdadeira essência gastronômica, para que possamos harmoniza-lo melhor com bebidas em geral.

 

Sushi em japonês significa “arroz temperado” e portanto tudo no prato deve ter como prioridade o arroz e não seus outros eventuais componentes como o peixe, a omelete, as algas ou os vegetais, ao contrário do Sashimi, em que, salvo raras exceções a estrêla principal é o peixe.

Sua origem data do Século IV DC, quando o arroz fermentado e ácido era utilizado para a conservação dos peixes.

 

Um verdadeiro Itamae-san (“o que está à frente da tábua”) vai enfrentar 10 anos de formação, dos quais pelo menos 1 ano para estudar arroz e suas variedades e como prepara-lo corretamente.

 

Podemos reconhecer 6 tipos principais de Sushi: Chirashi (Disperso), Inari (arroz revestido de tofu e frito), Maki ( enrolados finos e grossos), Oshi (prensado e em camadas) e o mais conhecido, o Nigiri (bolinho de arroz recoberto com uma fatia de peixe), modificando-se texturas, formas, componentes e acompanhamentos o que facilitou sua adaptação a outros países como os EUA e o próprio Brasil, embora com associações “contemporâneas” de qualidade discutível.

 

A presença do arroz aumenta o umami (5º sabor) ampliando as possibilidades de combinação com vinhos fortificados, ricos em sotolon (finos, manzanillas, Vin Jaune Jura), provenientes de áreas vulcânicas como muitos brancos italianos e até com a nova coqueluche do momento, os vinhos laranja.

 

 

 

 

 

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