Não há bruxas, mas que elas existem, existem.

Todos conhecem o dito espanhol, mas nunca algo se aplicou tão bem quanto em relação ao vinho biodinâmico.

O vinho biodinâmico é fruto da menor intervenção possível, desde o solo (sem defensivos ou adubos químicos) até sua vinificação (sem correções pós colheita), utilizando técnicas ancestrais agriculturais, muitas vezes empíricas, ainda sem comprovação científica.

O uso de compostos naturais (são nove) como os célebres chifres de vaca, cheios de estrume (BP 500), e que muitas vezes é ridicularizado, baseia-se em práticas muito antigas e que foram reunidas em 1924 pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner e tornadas conhecidas pelo mais expressivo produtor biodinâmico Nicolas Joly, dono do famoso Clos des Coulée de Serrant.

A utilização dos elementos da natureza leva à utilização de um calendário biodinâmico, em que nos dias de fruta se colhem as uvas, nos dias de folha se regam as parreiras, nos dias de raiz se poda e nos dias de flor a parreira descansa.

Portanto, biodinâmica e seus vinhos é mais que uma técnica agricultural e sim uma filosofia holística que, ao ser abraçada, requer seriedade e persistência.

Caso você não acredite, respeite seus seguidores (Domaine de La Romanée Conti, Emiliana, Chapoutier, Benziger, Selosse, Ripon) e lembre que técnicas médicas começaram como empíricas sendo muitas abandonadas e outras adotadas, com o surgimento de evidências científicas robustas.

O benefício da dúvida é parte importante do processo científico e jamais deve ser abandonado.

O tempo, como sempre, é o senhor da razão.