Para encerrarmos nossa passagem pela tríade (orgânico e biodinâmico nos antecederam) , hoje navegaremos pelas paragens dos chamados vinhos naturais, diga-se de passagem, o mais extremo dos conceitos abordados.
O que seria um vinho natural ?
Tecnicamente derivado apenas de suco de uvas fermentado, com o mínimo possível de intervenção sobre vinhedo, uvas ou qualquer outra fase da vinificação.
Em resumo, NADA SE ADICIONA, NADA SE RETIRA. (inclusive as leveduras, sempre selvagens)
Curiosamente o vinho natural é muito mais antigo que o vinho convencional, cujo inicio se dá quando os avanços técnologicos agriculturais e de vinificação começam a ser incorporados (cerca de 100 anos).
Por isto mesmo, recebem o nome de NÚS ou CRUS, o que aliás é muito apropriado por tratar-se de um produto completamente diferente do vinho convencional.
Pouco alcoólicos, turvos, frisantes, mais leves e azedos, lembram uma cerveja ou uma cidra ácidas, podendo ser indicados para pratos leves ou simplesmente como aperitivos.
Sua versão gaseificada, os Pet-Nat ( do francês Petillant Naturel ) repetem os chamados Métodos Ancestrais de vinificação (Dioise, Gaillaçoise ou o original de Limoux), com uma única fermentação, menos corpo e gás, com doçura leve para média.
Minha experiência aponta que a ausência ou baixa concentração de SO2 dificultam qualquer intenção de guarda destes vinhos, que devem ser bebidos tão logo adquiridos.